quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

TÁ-TÁ-TÁ e TI-TI-TI - (tautograma)

Trabalha teclando.
Textos e timbres.
Tecla, tecla, todo o tempo.
Tecla textos no twitter,
tecla torpedos, trovas e tercetos,
tecla texturas, tonalidades.
Tecla, teclado, tela: televisa, telefona,
teleduca, telecina, teletransporta-se no tempo.
No teclado, tecla tons,
ternuras, tristezas e tédio.
E no teclado, toca também:
toca tambor, trompete, trombeta,
triângulo, tuba e toca timbale.
Toca, tecla e troca também.
Troca ternuras, troca o terno,
troca tiros e tira-teima.
Tendências: teimoso, tenaz, tempestivo, tentador.
Tem tias, tios, Tatis e tatuagens.
E tem tempo para tudo e para todos.
Trapaceia? Talvez. Tentações? Todas.
Tecla tragédias: trovão, trovoada, tempestades,
tromba d’água, torrentes, torvelinho, tormentas,
terremotos, tsunami,  tornado e tufão.
Tudo tecla em textos trabalhados.
Teclar, tecer, tramar:
transformar tensões em tranquilidade.
Tecla-terapia transcendental: transmutação. 
Tecla tesouros de topázio e turmalina,
toadas de tambor, timbaladas.
Tecla, toca e troca.
Teoriza, tematiza.
Troca, toca e tecla.
Tecla tatu, tacape, tacacá e tucupi.
Tecla tupinambá e tecla tupi.
Tecla tutu e ta-tá-tá e ti-ti-ti.
E toada de tu-iú-iú.
Tudo tecla no teclado.
Téc-téc-téc... Teamo, Tânia. 
Trabalho terminado. 

(para Tânia, Tati Cavalcante e para meu filho João Gabriel) 

MESMICE - conto minimalista

Todos os dias eram iguais.
Resolveu fazer um diferente.
Vestiu-se de palhaço.
Mas ninguém achou graça.
Aí ele voltou a ser,
de novo, o mesmo homem de sempre:
um anônimo qualquer,
perdido na multidão.

Moral da história: Ser anônimo é mais digno do que ser palhaço. O que dói mesmo é a indiferença. 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ECOS DE UM AMOR DISTANTE

Ouço tua voz, ao longe, murmurando
Brisa suave trazida pelo vento,
Segredos de sereia me encantando...

Voz de nuvem, macia feito algodão
Delicada ternura, carinho, doce alento,
Tua voz é saudade em meu coração....

A distância é uma brasa que dói tanto
Penso em ti a cada hora, a todo o momento,
Tua voz de anjo, terno e meigo acalanto....

Vem a noite com seu frio manto
E na memória tua voz, qual lamento...
Entre risos e lágrimas, afogo o meu pranto....  

(dedicado a todos aqueles que têm um amor ao longe, distante,
e que  sentem o eco da voz amada – ou do amado -  batendo na lembrança...) 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

ARTIGOS NOVOS NA COLUNA DIGINET

Amigos:
Tem mais dois artigos novos na COLUNA DIGINET: um deles fala da qualidade da nossa literatura infantil e o outro discorre um pouco sobre o trabalho do escritor BARTOLOMEU CAMPOS DE QUEIRÓS.

http://colunas.digi.com.br/josedecastro/a-moderna-literatura-infantil-brasileira/
http://colunas.digi.com.br/josedecastro/ler-e-superior-ao-ato-de-escrever/

Boas leituras...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SARAU NO NEI - UFRN

Amanhã, dia 14, estarei no SARAU POÉTICO da criançada de segundo ano do Ensino Fundamental do Núcleo Educacional Infantil - NEI/UFRN, que lançará seu livro, do qual escrevi uma apresentação na última capa. Estarei lá, se Deus quiser, declamando algumas releituras de parlendas que fiz, dentre outros poemas. Vai ser uma festa. Aguardem novas notícias para depois do evento... 

ESTRÉIA COMO COLUNISTA DIGINET

Estou compartilhando com vocês minha estreia como o mais recente colunista colaborador da DIGINET, que é provedora de e-mails. Meu primeiro artigo intitula-se O PRAZER DA LEITURA.

Confira:


http://colunas.digi.com.br/josedecastro/o-prazer-da-leitura/

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

HUMOR - Anúncios Sentimentais Desclassificados


Vende-se uma coleção de beijos, sabor primavera. 

Vende-se um noivado desfeito... O par de alianças segue junto...

Por motivos de falta de ar, vende-se um abraço apertado... 

Por questões absolutamente pessoais, vende-se um casamento com mais de 19 anos de carência...

Troco casamento infeliz por separação alegremente consumada...

Marido em franca expansão procura mulheres casadas para associação de negócios multilaterais... 

Vende-se uma coleção de suspiros dobrados, para casais apaixonados.

Avisamos aos nossos clientes que os estoques de "amor sem fim" estão zerados. 

Vendemos previsões de futuro, com sigilo absoluto: nem você mesmo vai saber... 

Troca-se um marido infiel por um outro que seja, pelo menos, mais discreto.... 

Vende-se um casamento inteiramente reformado, com vários filhos recém-construídos... 

Mulher de primeira procura namorado que não tenha segundas intenções. 

Vende-se uma excelente sogra, sem nenhum defeito, pronta para uso imediato.... 

Troco um noivo usado por uma aliança nova (nem precisa ser de ouro!)...

Troco duas bodas de prata por uma cartela de Viagra...

Vendo uma dúzia de cintos da castidade, todos virgens...

Poliglota experiente vende beijos de língua em vários idiomas...

Vendo vestido de noiva e um pacote de lua de mel, com noivo e tudo... 

Vende-se uma cara metade com cinqüenta por cento de desconto...

Casal atravessando fase difícil, vende lua-de-mel minguante. 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

POETRIX

INFINITUDE
O amor nunca se cansa.
Na rede das ternuras,
incansável, se delicia e balança.  

domingo, 5 de dezembro de 2010

PAIXÃO MODERNA (conto minimalista)


Assim que o viu se apaixonou. Foi amor à primeira vista. Mas não era uma homem: era um novo modelo de celular.

LIÇÃO DE VIDA (da série: REFLEXÕES)

Pra quem sabe ver e ouvir, a vida é uma grande lição. Professores e alunos, todos nós. Na escola da vida não tem pós-graduação.

QUATRO CONTOS DE NATAL (contos minimalistas)

1. NOITE DE NATAL
Noite escura. Uma estrela cadente riscou o céu.
O menino apontou e disse: - Lá se vai Papai Noel...


2. CONTO DE NATAL  

A árvore de Natal piscava e piscava. Os olhos do menino brilhavam.
Uma música sublime se ouviu ao longe. Parece que anjos cantavam.

3. BELÉM 
À luz de uma lamparina, ajoelhou-se e fez uma prece de agradecimento. A esposa e o filho dormiam em colchões no chão de terra batida. No casebre, um quê de gruta de Belém.

4. DENTRO DA NOITE 
A enorme árvore de Natal piscava esperanças. Os olhos brilharam e o coração se alumiou por dentro. Mordeu o pão seco e saiu perambulando, como folha ao vento.

(José de Castro) 

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O POETA E A CRIANÇA

O poeta faz poema.
E a criança?
Numa festa, enche a pança.

O poeta faz poema.
E a criança?
Quando come chocolate, faz lambança.

O poeta faz poema.
E a criança?
Ao som da música, alegre, dança.

O poeta faz poema.
E a criança?
Corre, brinca, pula e nunca se cansa.

O poeta faz poema.
E  a criança?
Planta sorrisos, semeia esperança.

O poeta faz poema.
E a criança?
Ah! A criança é um eterno poema, brasa viva queimando na lembrança.

(dedicado aos alunos do Núcleo Educacional Infantil - NEI, da UFRN) 

NEI - ENCONTRO COM AS CRIANÇAS

No dia 02 de dezembro de 2010 fui convidado pelo Núcleo Educacional Infantil - NEI, da UFRN, para conversar com as crianças dos primeiro e segundo anos do Ensino Fundamental. Estive lá pela manhã e também à tarde. Em ambos os encontros tive a oportunidade de mostrar meus livros e apresentar poemas. Fizeram grande sucesso junto às crianças e às professoras as recriações que fiz da PARLENDA DO DOMINGO. As parlendas de segunda-feira até sábado foram muito apreciadas. A parlenda da segunda, então, essa teve que ser declamada várias vezes. Também as crianças apresentaram PARLENDAS, além de terem feito perguntas a mim sobre o ofício de escritor. Cantamos, brincamos, sorrimos, foram momentos de muita alegria e descontração. No dia 14 de dezembro terá o lançamento dos 4 livros que as crianças produziram e nos quais constará uma apresentação na última capa que escrevi, a convite da direção da escola. A literatura, para mim, tem sido uma oportunidade muito boa para aprender um pouco mais a respeito da alma e do coração das crianças. Estar com esses leitores-mirins, que já começam a ensaiar seus primeiros escritos, é motivo de muita alegria, prazer e emoção. Inclusive, inspirado neles, escrevi o poema O POETA E A CRIANÇA, minha próxima postagem. O poeta faz poema. E a criança? Veja a resposta no próximo post. Abraços a todos. 

MICROCONTO (conto minimalista)

AUSÊNCIA


Na rede, o silêncio. Você off.

APRENDIZAGEM

"Aprendi com a primavera a florir por dentro e a perfumar o amor de nós dois..."


(para Tânia Maria)